O Projeto de
Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) encaminhado ontem pelo governo ao
Congresso calcula o reajuste do salário
mínimo em 2015 para R$ 779,79. A quantia é 7,71% superior à atual, de R$ 724. O
aumento apontado para o ano que vem supera porcentualmente o ocorrido neste
ano, de 6,78%. Pelo PLDO, o governo estima que o crescimento da economia em
2015 será de 3%. A inflação em 12 meses, ao final de dezembro, está projetada
em 5%. As novas estimativas mostram uma deterioração das expectativas do
governo em relação à economia.
O próximo
ano é o último em que vale a atual fórmula de reajuste do salário mínimo, que
considera a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores
mais a inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC). “Já temos regra fixada até o ano que vem. Caberá em 2015
discutir nova regra para salário mínimo”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido
Mantega. “Nos últimos anos temos dado reajustes e temos conseguido controlar o
gasto de folha de pagamento. É uma despesa que está sob controle.”
Há um ano,
quando o governo divulgou a LDO de 2014, a área econômica estimava que o PIB
(produção de bens e serviços da economia) teria crescimento de 5% em 2015, com
inflação de 4,5%. Para 2016 e 2017, o governo estima expansão do PIB de 4%.
Questionado sobre a previsão otimista, o ministro argumentou: “Ninguém
considera muito sustentáveis essas projeções (de PIB de 2%). Eu prefiro me
alinhar com projeções internacionais, que consideram a retomada da economia
internacional em 2015”.
A LDO de
2015 prevê que a dívida líquida do setor público no ano que vem será de 33% do
PIB, ante 33,6% em 2014. A dívida líquida deve cair para 32,1% do PIB em 2016 e
2017, segundo as projeções do governo. A dívida bruta projetada é de 55,2% do
PIB em 2015, ante 56,8% do PIB em 2014.
O
governopromete esforço fiscal maior em 2015, com superávit nominal mínimo de 2%
para o próximo ano. Segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
(PLDO), a meta de superávit primário do setor público consolidado será de R$
143,3 bilhões, o equivalente a 2,50% do PIB. Para este ano, no entanto, a meta
de superávit primário das contas do setor público é menor: de R$ 99 bilhões, o
equivalente a 1,9 % do PIB. Trata-se de proporção idêntica à obtida em 2013.
O ministro evitou fazer comentários sobre a
Selic, que subiu para 11% no início do mês. “O que o Banco Central está fazendo
é adequado para manter inflação sob controle.”
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