As polícias
brasileiras mataram, durante o serviço, 2.212 pessoas em 2013, apontam dados da
oitava edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pela
organização não governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em
média, são 6,11 mortos por dia. O número é menor do que o verificado no ano
anterior, quando 2.332 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil. A íntegra
do documento será apresentada nesta terça-feira (11) na capital paulista.
Apesar da
queda, o FBSP avalia que a diferença não indica uma melhora ou tendência de
mudança. A organização aponta que é preciso rever o padrão de atuação das
forças policiais. O fórum foi criado em 2006 com objetivo de construir um
ambiente de cooperação técnica na área de atividade policial e na gestão de
segurança pública. O anuário apresenta dados sobre custo da violência, gastos
de segurança pública, estatísticas de crimes e violência, efetivo de polícias e
população prisional.
O
levantamento releva ainda que, nos últimos cinco anos, a polícia matou 9.691
pessoas. O número é cinco vezes maior do que o verificado nos Estados Unidos,
onde 7.584 pessoas foram mortas pela ação policial nos últimos 20 anos. Se
forem somados os casos em que os policiais agiram também fora de serviço, o
total chega a 11.197. Os dados norte-americanos apontam 11.090 mortes em 30
anos.
relação à quantidade policiais mortos, houve
um aumento em 2013 na comparação com o ano anterior. Foram 490 mortes, 43 a
mais do que 2012. A média no país é 1,34 policial assassinado por dia. Desde
2009, 1.170 agentes foram mortos. A maioria das mortes (75,3%) ocorreu quando
não estavam em serviço. O Rio de Janeiro é o estado com maior número de casos,
com 104, seguido por São Paulo (90) e Pará (51).
Como parte
do anuário, o FBSP apresenta o Índice de Confiança na Justiça Brasileira
(ICJBrasil), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O estudo aponta que
apenas 33% dos entrevistados dizem “confiar ou confiar muito” no trabalho da
polícia. O percentual é três pontos superior ao verificado no ano passado, mas,
na avaliação da organização, o número ainda é muito baixo. Foram entrevistadas
7.176 pessoas em oito estados.
Os policias
avaliados como mais honestos pela população local foram os do Rio Grande do
Sul, com 62% de confiança dos entrevistados. Em segundo lugar, estão os agentes
de Minas Gerais e do Distrito Federal, com 57% da população confiando na
idoneidade das forças policiais. Na média nacional, 51% acreditam que a maior
parte dos policiais é honesta. Os amazonenses, por outro lado, são os que mais
desconfiam das forças de segurança. A polícia do Amazonas é considerada honesta
por 35% dos entrevistados.
As pessoas
mais velhas (62%) e as que têm maior escolaridade (60%) são as que mais tendem
a concordar com a afirmação de que a maior parte dos policiais é honesta.
Também foram verificadas diferenças étnicas em relação a essa questão. É maior
a proporção de entrevistados que se autodeclaram branco que concordam com a
afirmativa do que entre os que se autodeclaram negros.
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