A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme) divulgou o resultado das previsões climáticas para o
acumulado de chuvas nos meses de dezembro de 2014, janeiro e fevereiro de 2015.
As análises apontam maior probabilidade de precipitações abaixo da média no
total do trimestre.
De acordo com a pesquisa, as previsões apontam 25%
de chances de chuvas acima da média, 35% na média e 40% abaixo da média para a
região Nordeste. A Funceme ressalta, porém, que essa previsão não corresponde
ao prognóstico da estação chuvosa do próximo ano - compreendida entre os meses
de fevereiro e maio - por se tratar de um período diferente.
Entretanto, os meteorologistas afirmam que a
influência do "El Niño" (aquecimento anômalo das águas superficiais
do Oceano Pacífico Equatorial) é um fator que pode influenciar negativamente as
chuvas nos próximos três meses e adiantam que o fenômeno tende a permanecer
atuando no primeiro semestre do próximo ano.
Os dados mais precisos sobre a previsão para o
período chuvoso passarão a ser divulgados após as reuniões de análise dos
indicadores de tempo em 2015, que deverão começar no dia 18 de dezembro, em
Campina Grande, na Paraíba. Segundo o meteorologista da Empresa de Pesquisa
Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bistrot, essas previsões
são importantes, sobretudo, para os produtores rurais do interior do Nordeste.
"A primeira reunião, que seria realizada no
Maranhão, no mês passado, não aconteceu. Por isso, estamos tentando garantir
que haja reunião na Paraíba, pois as previsões para o próximo ano são muito
importantes para os pequenos produtores, que dependem diretamente das chuvas
para manutenção de animais e plantações", disse.
O meteorologista esclarece que, após a reunião em
Campina Grande, deverão ser feitas mais duas assembleias: uma em Fortaleza
(CE), no mês de janeiro, e a última em Natal (RN), em fevereiro.
Meteorologistas
questionam previsões de poucas chuvas para o próximo ano
Assim como a Funceme, previsões divulgadas pelo
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)
apontam que o ano de 2015 deverá começar com chuvas abaixo da média na região.
Gilmar Bistrot afirma que meteorologistas e pesquisadores de diferentes
universidades no Nordeste têm discordado das previsões
"Não concordamos com as previsões do Cemaden
porque, pelo que temos levantado, há a possibilidade de, entre o fim de
dezembro e os meses de janeiro e fevereiro, volume de chuvas considerável no
Nordeste. Vamos debater esses dados nas reuniões até fevereiro e confeccionar
mapa de previsões específico para a nossa região", afirmou Gilmar Bistrot.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e a
Agência Espacial Americana (Nasa) divulgaram há dois meses que o ano de 2014
poderá ser o mais quente dos últimos 150 anos. Até agora as temperaturas têm ficado,
em média, 0,5°C acima das máximas registradas e o mês de fevereiro foi o único
deste ano que não bateu os recordes de temperatura.
Meteorologistas estão monitorando ainda as
temperaturas do Oceano Pacífico durante o chamado "El Niño", quando
as águas passam por aquecimento, podendo atingir o regime de chuvas no
Nordeste, caso a temperatura do mar aumente muito.
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